Consultoria Clínica Sobre Contato

A dor da fibromialgia tem ligação direta com o estresse crônico. Entenda a conexão mente-corpo e conheça estratégias que ajudam no alívio dos sintomas.

Fibromialgia e Estresse Crônico: Por Que a Dor Pode Estar Ligada à Tensão?

A dor constante, o cansaço profundo e a hipersensibilidade corporal podem ser mais do que apenas sintomas físicos isolados. A ciência tem mostrado que a fibromialgia e o estresse crônico estão profundamente conectados, em uma interação complexa entre mente e corpo.

O Que É a Fibromialgia?

A fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dor musculoesquelética generalizada, fadiga, alterações no sono, além de sintomas cognitivos como dificuldade de concentração. Atinge principalmente mulheres, mas não exclusivamente.

De acordo com a Universidade de Harvard, a fibromialgia não é causada por inflamação ou lesões físicas diretas. Ela resulta de alterações na forma como o sistema nervoso central processa sinais de dor — um fenômeno chamado sensibilização central (Sluka & Clauw, 2016, Nature Reviews Rheumatology).

O Papel do Estresse Crônico

Pesquisadores da Universidade de Michigan identificaram que pessoas com fibromialgia frequentemente apresentam disfunções no eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), responsável pela regulação do estresse. Essas alterações aumentam a liberação de cortisol em horários inadequados e provocam hiperexcitabilidade do sistema nervoso, o que amplifica a percepção da dor (McBeth & Mulvey, 2012, Best Practice & Research Clinical Rheumatology).

Além disso, situações prolongadas de estresse — sejam traumas na infância, sobrecarga emocional ou ambientes tóxicos — contribuem para a manutenção da dor crônica e dos sintomas associados.

Como Estresse e Fibromialgia se Conectam?

✔️ Estresse crônico provoca desequilíbrios hormonais e neurológicos;
✔️ Aumenta a sensibilidade à dor mesmo sem lesões;
✔️ Afeta a qualidade do sono, piorando o ciclo da dor;
✔️ Intensifica sintomas de ansiedade e depressão.

Caminhos Para Alívio e Qualidade de Vida

A Universidade de Oxford destaca que abordagens integrativas, como exercícios aeróbicos leves, práticas de relaxamento, terapia cognitivo-comportamental e mindfulness, são eficazes na redução dos sintomas (Häuser et al., 2015, European Journal of Pain).

Técnicas corporais como yoga, eutonia e hidroterapia também demonstraram efeitos positivos no alívio da dor e da rigidez.

Importante: não é “coisa da cabeça”. É uma condição real, com base biológica, mas que responde positivamente ao cuidado integral.

Acolhimento É Parte da Cura

A dor da fibromialgia é invisível, mas merece respeito e acolhimento. Cuidar do estresse, das emoções e do corpo é fundamental para retomar a qualidade de vida.

Ouvir o corpo é um ato de gentileza consigo mesma(o).

Referências científicas:

  • Sluka, K. A., & Clauw, D. J. (2016). Neurobiology of fibromyalgia. Nature Reviews Rheumatology.

  • McBeth, J., & Mulvey, M. R. (2012). Fibromyalgia: Mechanisms and management. Best Practice & Research Clinical Rheumatology.

  • Häuser, W., et al. (2015). Management of fibromyalgia syndrome. European Journal of Pain.