🧃 Alimentos Ultraprocessados: O Que São e Por Que (Tentar) Evitar
Se você já leu um rótulo com 35 ingredientes que parecem nome de remédio ou código de robô (tipo “maltodextrina”, “corante INS 110” ou “glutamato monossódico”), parabéns: você teve um encontro com um alimento ultraprocessado.
Eles estão em todo lugar: na prateleira do mercado, na lancheira das crianças, no seu café da manhã apressado e, sim, naquele salgadinho que "não tem como parar no primeiro".
Mas afinal: o que são os ultraprocessados e por que tanta gente tá falando mal deles?
🏭 O que são alimentos ultraprocessados?
Segundo a classificação NOVA (desenvolvida por pesquisadores da Universidade de São Paulo – USP), alimentos ultraprocessados são produtos alimentícios formulados principalmente com ingredientes industriais e pouco ou nada de alimento de verdade.
Ou seja, não é só comida: é produto comestível.
Eles geralmente contêm:
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Açúcares refinados
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Gorduras de baixa qualidade
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Sódio em excesso
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Aditivos artificiais (corantes, aromatizantes, conservantes)
E raramente contêm: fibras, nutrientes de verdade e amor ao próximo.
🍭 Exemplos de ultraprocessados
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Refrigerantes, sucos de caixinha
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Biscoitos recheados, salgadinhos de pacote
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Nuggets, salsichas, embutidos
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Bolos prontos, misturas para bolo, macarrão instantâneo
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Barrinhas de cereal “fit” (às vezes mais açúcar que chocolate)
😬 Por que evitar?
🧠 1. Afetam a saúde mental
Estudos como o da Florida Atlantic University (2022) mostram uma relação direta entre alto consumo de ultraprocessados e aumento nos sintomas de depressão, ansiedade e irritabilidade. Seu cérebro sente quando você vive de miojo.
❤️ 2. Aumentam o risco de doenças crônicas
Pesquisas da Harvard School of Public Health e da USP associam o consumo frequente desses alimentos a:
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Obesidade
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Diabetes tipo 2
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Doenças cardiovasculares
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Câncer
📈 3. Vício real oficial
Não é só gula: os ultraprocessados são projetados pra serem hiperpalatáveis (gostosos demais da conta) e muitas vezes causam respostas cerebrais semelhantes às de substâncias viciantes.
🍽️ 4. Menos saciedade, mais calorias
Eles são pobres em fibras, mas ricos em calorias vazias. Resultado? Você come rápido, sente fome logo depois e entra no loop infinito do “só mais um pacotinho”.
🤷♀️ “Ah, mas todo mundo come…”
Sim, é verdade. E ninguém aqui tá pregando o apocalipse nutricional. A ideia não é demonizar a comida, mas entender o contexto.
O problema não é comer um biscoito recheado de vez em quando. O problema é quando 70% da sua dieta vem de pacotinhos, caixinhas e potes coloridos com mascotes saltitantes.
🥦 E o que comer no lugar?
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Alimentos in natura ou minimamente processados (arroz, feijão, ovos, frutas, legumes)
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Comida de verdade: aquela que sua avó reconheceria como comida
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Alimentos caseiros: mais controle, menos química
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Processados do bem (sim, eles existem! Iogurte natural, pão integral de verdade, conservas simples...)
A regra é: quanto mais o alimento passou por fábrica, menos ele vai passar bem no seu organismo.
📚 Fontes científicas de confiança:
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Monteiro, C. A., et al. (2019). Ultra-processed foods: what they are and how to identify them. Public Health Nutrition – USP.
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Hall, K. D., et al. (2019). Ultra-processed diets cause excess calorie intake and weight gain: An inpatient randomized controlled trial of ad libitum food intake in humans. Cell Metabolism.
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Rauber, F., et al. (2020). Consumption of ultra-processed foods and health outcomes: a systematic review of epidemiological studies. Nutrition Journal.
✅ Conclusão: não é terrorismo, é consciência
Você não precisa virar um monge da couve-flor, mas saber o que está comendo é um baita ato de autocuidado.
A ideia não é cortar tudo de uma vez, mas diminuir o consumo, olhar os rótulos com mais carinho (e óculos, porque as letras são pequenas mesmo) e focar mais em comida de verdade.
E lembre-se: seu corpo é seu lar. Evite transformar ele numa prateleira de conveniência.