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Dormir em rede faz bem? Descubra os prós, contras e o que diz a ciência sobre trocar a cama por uma rede.

Dormir em rede: melhor que cama? Ou só charme de novela das seis?

Olha... não quero causar polêmica logo de cara, mas vamos conversar sobre algo que divide opiniões tanto quanto abacaxi na pizza: dormir em rede. Tem gente que ama e diz que é o verdadeiro caminho para os braços de Morfeu. Outros, só de pensar, já sentem dor nas costas. E eu? Tô aqui só levantando os fatos (e às vezes me balançando levemente enquanto escrevo isso).

A rede é só pra cochilo de vó?

Nada disso. Embora muita gente associe a rede a cochilos preguiçosos de domingo ou à casa da avó que fazia bolo de fubá com carinho e bicarbonato de sódio, ela pode, sim, ser usada para uma noite inteira de sono. Claro, como tudo na vida, depende de alguns fatores: postura, material da rede, seu corpo, seu colchão atual e seu nível de tolerância a parecer um casulo humano.

Mas tem ciência nisso?

Tem, e não é pouca. Um estudo conduzido pela Universidade de Genebra, publicado na revista Current Biology (2011), mostrou que o movimento de balanço da rede pode ajudar o cérebro a entrar mais rapidamente no sono profundo. Sim, tipo embalar um bebê. Só que você é o bebê. Um bebê adulto, cansado, que só quer dormir direito.

Segundo os pesquisadores, esse embalo estimula o tálamo (uma parte do cérebro envolvida na regulação do sono), ajudando a sincronizar as ondas cerebrais com aquele sono gostoso, o famoso sono NREM (não-rem). Resultado? Você dorme mais rápido e mais profundamente. Ponto pra rede.

Referência: Bayer, L. et al. Rocking synchronizes brain waves during a short nap. Current Biology, 2011. https://doi.org/10.1016/j.cub.2011.05.012

E a coluna, hein?

Agora vem o lado sério da coisa: a rede não é automaticamente melhor que a cama, nem para todo mundo. A posição mais comum para dormir em rede — meio curvado, como uma banana relaxada — pode ser um problema para quem já tem questões na coluna ou má postura.

Por outro lado, quem aprende a deitar “na diagonal” (sim, existe toda uma ciência da rede), consegue uma posição mais reta e confortável, com menos pressão nas costas. Inclusive, tem fisioterapeutas que defendem o uso moderado da rede por ajudar a aliviar pontos de pressão que um colchão firme não consegue.

Mas né, cada corpo é um corpo. E cada coluna tem sua própria personalidade.

É sustentável, viu?

Olha que legal: dormir em rede também pode ser mais ecológico, dependendo do contexto. Você precisa de menos material pra construir uma rede do que uma cama + colchão + estrado + travesseiro + a alma que você vende pra pagar tudo isso. Em regiões quentes, como o norte e nordeste do Brasil, a rede também ajuda a ventilar o corpo e reduzir o uso de ar-condicionado.

Ok, mas e o drama do “cair da rede”?

Ah, esse é o “rito de passagem”. Todo mundo que dorme em rede já caiu ao menos uma vez. É tipo o trote da vida do descanso. Faz parte. Depois de um tempo, seu corpo aprende a se equilibrar melhor que artista de circo.

Conclusão 

Se você ama dormir em rede, ótimo. Se você ama sua cama de molas ensacadas, também maravilhoso. O importante é encontrar o que funciona pra você — e, se possível, com base em como seu corpo responde. Vale testar, observar, rir das quedas e, quem sabe, descobrir que o segredo do bom sono pode estar balançando ali na varanda esse tempo todo.

Ah, e se alguém te criticar por dormir na rede, diz que é terapia neurossensorial embalada. Fica mais chique.